Arthur do Val diferente de escritores de guerra
Hoje existe uma guerra na Europa, ela é transmitida em todo o mundo em tempo real em nossos celulares com atualizações minuto a minuto, as consequências para as populações envolvidas são trágicas.
Os #influenciadores estão se perguntando no Instagram e twitter se não há problema em continuar postando as mesmas besteiras, ou se não seria melhor ficar com uma bandeira ucraniana e alguns corações partidos. As #Universidades consideram inadequado realizar um curso sobre #Dostoiévski sem complementá-lo com leituras de autores ucranianos.
Como de costume, estamos divididos em muitos lados, e jogamos o clássico agitando a bandeira: daqui, quem diz que temos que armar a população civil para deter o ditador Putin. Lá, aqueles que argumentam que é tudo culpa da OTAN.
Como alguém disse, a situação é grave, mas não grave.
Uma boa maneira de entender o termômetro dos ânimos de qualquer país hoje em dia é vasculhar os comentários das páginas do Instagram ou twitter. E os comentários estão divididos em dois subconjuntos:
“Depois da pandemia isso, somos a geração mais infeliz da história” e “estou muito agitado, não consigo dormir, é a Terceira Guerra Mundial”.
Enquanto isso, o governo de Kiev convocou em armas todos os cidadãos do mundo que querem ir à Ucrânia para lutar em uma Brigada Internacional de voluntários. Se você quiser colocar as coisas em perspectiva, é fácil descobrir que já houve uma guerra na Europa que antecipou um conflito mundial, e que mesmo nessa guerra houve uma forte participação – no terreno, não no social – de voluntários estrangeiros.
A guerra civil espanhola, Hemingway, por um lado, partiu para a Guerra Civil Espanhola como correspondente de guerra enviado ao Exército Popular Republicano em nome do semanário americano New Republic. Em casa, publicou, em 1940, Por quem os sinos dobram, um clássico. Os temas do escritor americano estão todos lá: touros e matadores, ursos mortos com as próprias mãos, copos de aguardente bebidos às pressas, namoro sem muitas frescuras, falante bem durão. O romance, em poucas palavras, conta alguns dias da vida de Robert Jordan, um lacônico intelectual americano infiltrado entre os partidários para destruir uma ponte franquista, e de seu amor pela Maria.
Mesmo aquele vagabundo George Orwell, um dos autores mais citados erroneamente na história da literatura (junto com Tom Wolfe, o inventor do termo radical chic), chegou à Espanha em dezembro de 1936 junto com sua esposa recém-casada, com a vaga ideia escrever artigos para a imprensa.
Ele foi dominado pelo entusiasmo e quase imediatamente se alistou na milícia revolucionária em Barcelona (deixando sua esposa no hotel durante suas missões, na pior das luas de mel). Depois de um ano, baleado na garganta por um franco-atirador, deixou a Espanha e contou sua guerra no diário-reportagem Homenagem à Catalunha.
A esta (não exaustiva) lista, André Malraux, escritor francês muito aventureiro, comunista, que participou como aviador na guerra civil espanhola e no seu regresso escreveu – em seis meses – A esperança, publicado em Novembro de 1937, 1 milhão e 300 mil exemplares vendidos no mundo. Hope é um romance conjunto que acompanha a guerra dia a dia, entre metralhadores ingleses que leem Platão na língua original e anarquistas fumantes de cachimbo. Não há heróis, há apenas heroísmos individuais e muitas vítimas inocentes, crueldades inúteis, detalhes horríveis.
Um americano, um inglês e um francês. O que podemos aprender sobre o presente lendo esses livros? Não muito, talvez seja possível descobrir que os aviões são um inimigo comum nos três romances e também podemos acrescentar uma reflexão sobre o papel das comunicações na era pré-social. Talvez você não tenha – legitimamente – uma grande vontade de ler livros que falem de uma guerra civil na Europa nos dias de hoje, mas que luxo ter testemunhos tão detalhados.
Infelizmente o Brasil nesta guerra tem um um idiota chamado Arthur do Val #mamaefalhei pegando suas malas e bagagens fazendo algo ridículo e costumas entre os políticos brasileiros.
FAZENDO VERGONHA EM NÍVEL MUNDIAL.